sábado, 17 de maio de 2008

Entrevista com Rafael Nery - Guitarrista, Criador e Administrador do Site Guitar-Clinic

Entrevista com Rafael Nery

Rafael Nery é um dos novos nomes da nova Geração de Guitarristas que vem despontando no Cenário Nacional, jovem virtuoso e de técnica admirável, Rafael administra o Site Guitar-Clinic que é visto em mais de 90 países, tendo já entrevistado Kiko Loureiro, Greg Howe, Eric Martin, Vernon Neilly, Richie Kotzen e muitos outros. Trabalha atualmente no processo de composição de seu novo projeto “Introspective” e é patrocinado pelas marcas:
Crafter (www.crafterguitars.com.br), os bags da AVS (www.avsbags.com.br ), os captadores da Sound (www.malagoli.com.br ) e os pedais da ESI áudio system (www.esiaudiosystem.com).



Confira agora essa ótima entrevista com Rafael Nery:
1 – O que te levou a tocar guitarra e com quantos anos você começou a tocar?

Inicialmente, muito obrigado pela oportunidade da entrevista! Eu comecei a tocar guitarra com 13 anos e minha maior influência no começo eram as bandas de Heavy Metal (Iron Maiden, Angra, Shaman, Queensryche e etc) que é um estilo que me chamou muita atenção a partir da primeira audição. É difícil descrever a sensação que senti quando ouvi o riff da música “Speed” da banda Angra e percebi que eu precisava aprender aquilo de alguma maneira.Chega a ser engraçado, pois hoje eu nem me recordo como tocar exatamente este riff!Rs

2- Nos dias de Hoje é muito difícil escolher a profissão que vamos levar para toda a vida. Fale um pouco sobre o motivo que te fez ser músico profissional.

Este é um tema bem interessante, pois eu pesquisei e entrei em contato com muitos músicos mais experientes para saber o dia-a-dia da profissão e como era ser músico antes de decidir seguir esta carreira. Eu aprendi muito sobre isto no período em que estudei no Souza Lima e venho aprendendo até hoje com o convívio que tenho na faculdade e músicos mais experientes que eu. Neste meio conheci diversas pessoas que haviam cursado um ou dois anos de outros cursos e decidiram parar tudo para voltar para a música e vendo isto pude perceber que o meu caminho seria mesmo caso optasse por outra coisa. Não tem jeito! Rs se você “nasceu” músico, você tem de seguir isto e acreditar no que você está fazendo! Não é fácil fazer esta decisão e pelo menos para mim demorou um pouco para entender que não adiantava eu ir contra o que eu sempre quis fazer. Obviamente você irá se deparar com o preconceito de várias pessoas e tem de “acordar” já que este mercado tem ficado cada vez mais competitivo e o grau de profissionalismo tem crescido muito.

3 – Em 2006 você abriu um Workshow dos Irmãos Mariutti. Fale sobre essa experiência.

Foi incrível em todos os sentidos! Como comentei anteriormente, as minhas maiores influências que me motivaram a começar a tocar foram Angra e Shaman, portanto poder participar de um evento em que eles participavam foi um presente e algo que eu nunca imaginei que pudesse acontecer quando era mais jovem. Só de você receber um sinal positivo daqueles que te influenciaram a tocar já é algo muito gratificante! Lembro também de ter tocado rapidamente uma música na passagem de som com o Luís que no fim acabamos não tocando, mas só de você ouvir o som e reconhecer: “Nossa! É o cara tocando!” foi algo muito bom. O público também foi muito receptivo, pois é algo difícil de lidar em aberturas, você não é a atração principal e ninguém sabe quem você é e ter de subir lá, sozinho para tocar um repertório difícil e responder perguntas é algo bem complicado. Eu fiquei um pouco nervoso no começo, mas no fim deu tudo certo. Hoje mantenho contato principalmente com o Hugo que se tornou um grande amigo e é uma pessoa admirável em todos os sentidos assim como o Luís. Lembro-me muito bem que no dia, o Hugo me deixou usar o seu amplificador e eu tinha simplesmente acabado de conhece-lo. Resumindo, o resultado foi bem positivo tanto por parte da platéia como o evento em si.

4 – O Guitar-Clinic hoje em dia é referência para muitos Guitarristas. Sem dúvida somente o trabalho é segredo do sucesso. Porém como foi o processo de Criação do Guitar-Clinic e quais suas dificuldades no início deste projeto?

Eu fico muito feliz em ouvir dizer que o site tem virado referências para muitos guitarristas. O processo de criação foi algo realmente curioso, pois eu simplesmente estava em uma festa onde não se havia nada para fazer, pois era uma festa de um amigo do meu pai ou algo assim!Rs Eu estava refletindo sobre o que eu faria durante aquele ano que havia acabado de começar (2007) e a idéia surgiu naturalmente, pois eu já estava lidando com tecnologias como o Myspace, Skype e Orkut e já vinha estudando inglês há algum tempo. Então eu pensei: “Como eu posso conectar guitarristas do mundo todo em lugar só?” E a partir disto à idéia surgiu e a desenvolvi durante janeiro daquele mesmo ano. As dificuldades iniciais foram estabelecer como tudo seria, convidar colunistas, conseguir boas entrevistas, traduzir o material e fazer com que o público e as empresas especializadas nesta área aceitassem o site como algo sério e de compromisso e logo no primeiro dia já tivemos mais de 100 acessos gerados só pelo “boca-a-boca on-line” A partir deste momento tínhamos certeza que estávamos indo no caminho correto.

5 – O Guitar-Clinic é visto hoje em mais de 90 países. Que sentimento você tem em saber que tudo isso partiu de uma idéia sua? E para você que importância você acha que o Guitar-Clinic tem para os outros guitarristas?
O sentimento é de muito orgulho, pois é algo que exige muito trabalho e dedicação! Não é fácil preparar uma edição do site, traduzir e digitar entrevistas longas, editar colunas, organizar tudo e etc. Porém, tudo é recompensado. Conheci diversos guitarristas/músicos que já tinha uma extrema admiração desde muito tempo como Kiko Loureiro, Greg Howe, Eric Martin, Vernon Neilly, Richie Kotzen e etc.
Quanto a segunda parte da pergunta, é difícil eu responder exatamente qual a importância do site para outras pessoas, pois é algo bem difícil de ser visto do ângulo que estou e acho que isto seria algo meio individual para cada visitante. Eu acredito que se o site tem sido uma fonte de conhecimento para outros guitarristas e músicos, eu já posso ficar bem feliz e sentir que meu dever foi cumprido. Também não posso deixar de mencionar o trabalho árduo de nossos colaboradores de conteúdo, pois sem eles nada disto seria possível.


6 – Como surgiu o lance com os seus patrocinadores?

As marcas que venho usando atualmente são: as guitarras da Crafter (www.crafterguitars.com.br), os bags da AVS (www.avsbags.com.br), os captadores da Sound (www.malagoli.com.br) e os pedais da ESI áudio system (
www.esiaudiosystem.com). Quase todos eles surgiram da mesma maneira, ou seja indo atrás de conhecer os responsáveis por cada uma e propor a parceria. A única que foi diferente foi a AVS, pois o klebyson que é o responsável pelo setor de marketing da empresa conferiu meus vídeos do workshow dos Mariuttis e propôs a parceria.
Tenho a felicidade de contar com estes produtos de excelente qualidade como a guitarra Crown Dx – 7 que é um modelo bem recente da distribuidora LMG e proporciona um belo som somado a possibilidade de ter um instrumento de sete cordas, os bags super confortáveis da AVS que evitam qualquer danos aos meus instrumentos, os captadores da Sound, Custom Alnico HB e o Traditional Texas que equipados em algumas das minhas guitarras trazem um timbre bem vintage e o pedal Dual Tone da ESI que traz um timbre bem versátil indo de distorções bem leves até algo bem pesado.

7 – Quais suas principais influências na Guitarra?

Esta pergunta abrange diversas fases. No começo, eu tive uma forte influência das bandas de Heavy Metal como havia mencionado e logo em seguida tive um grande susto a ouvir a música de Yngwie Malmsteen o que me fez ficar muito curioso pelo estilo e isto foi o que me motivou a estudar muito. Conheci outros nomes do mesmo estilo como Jason Becker, Paul Gilbert (fase Racer X), Kiko Loureiro (Angra) que com certeza foram os guitarristas que eu tinha como exemplo para estudar dez horas por dia.Esta foi uma fase muito importante, pois melhorei muito tecnicamente já que tinha um “ritual” de estudo muito disciplinado e metódico.
Depois decidi buscar pelos guitarristas que influenciaram estes guitarristas, então cheguei em contato com Jeff Beck, Brian May, Van Halen, Jimi Hendrix, Angus Young, Jimmy Page e etc a partir disto realmente conheci o que era o rock’n roll e abri meu vocabulário musical,pois até então eu acabava ficando muito limitado ao mesmo estilo.
Atualmente as minhas maiores influências são: Paul Glbert (época do Mr. Big) , Greg Howe (um dos mais belos fraseados que já ouvi) e Richie Kotzen que também foi um choque para mim quando ouvi pela primeira vez , pois ele é um músico completo cantando e tocando e sou influenciado por toda sua carreira.
Fugindo um pouco deste estilo de somente guitarristas, também gosto muito de John Fogerty (Ex - Creedence) que com certeza é um dos pais do rock’n roll e escreveu as músicas mais bonitas de toda a história. Estendendo um pouco a questão, mas referindo-se a bandas eu gosto de Mr.Big , Queen, Triumph, Kansas, Journey e etc.


8 – Fale sobre o seu projeto “Introspective”. E o que você tem aprendido na produção deste trabalho?

O Introspective é o meu mais novo projeto e estamos em fase de composição das músicas que estarão presentes em nosso primeiro trabalho. As músicas tem soado muito bem! Apesar do projeto ser bastante novo e estar ainda definindo o baixista que fará parte do Line-up, já estamos com um bom material finalizado e tudo está correndo bem. Meu companheiro de banda Fernando di Tommazi (Bateria) tem se mostrado uma pessoa bem aberta e versátil para elaborar os arranjos de sua respectiva parte. Nosso foco é a mistura do Hard Rock com diversos estilos como o Pop, Funk, Metal, Blues, Fusion e etc.
Quanto à parte de aprendizado, eu vejo que este tem sido muito grande, pois pela primeira vez estarei não somente tocando guitarra, mas sim cantando que é algo que venho querendo fazer e me dedicando por muito tempo. A proposta da banda é ser um trio e estamos totalmente focados neste trabalho! Com certeza, este é o projeto mais musicalmente maduro e mais satisfatório que já me envolvi.

9 – Na linha de Muitos novos nomes que vem surgindo na Guitarra, você também vem despontando na Cena Nacional. Que mensagem você deixa para os novos guitarristas e músicos que estão começando a trilhar o Mundo da Guitarra.

Mais uma vez eu agradeço pela entrevista! Gostaria de agradecer ao apoio que recebo de todos desde familiares, amigos, visitantes do Guitar Clinic, pessoas que entram em contato por e-mail tanto nas épocas difíceis como boas! Muito Obrigado!
Fiquem atentos em meu website
www.rafaelnery.com para saber de novidades a meu respeito e do Introspective, ele está em reformulação e logo contará uma nova versão!
Para as pessoas que estão começando eu digo que na realidade todos nós estamos começando, pois sempre existe algo novo a se aprender ou uma experiência nova a se vivenciar. Acredite nos seus sonhos e lute por eles, pois nada cai do céu! Se profissionalize, aprenda novos idiomas, se possível curse um curso superior de música para abrir o seu leque de conhecimento e cultural, porque por mais que este seja tido como desnecessário por muitos é este que vai lhe colocar em contato com pessoas de outros estilos, outros pensamentos, outras teorias e isto é algo muito positivo para aqueles que desejam aprender. Faça o som que você acredita!Obrigado á todos!
O Toque de Mestre Guitar agradece a todos e até a proxima!!!

3 comentários:

  1. Entrevista ótima!!!
    Guitar Clinic com certeza é o melhor site do gênero na atualidade...
    E o Nery, com certeza, tem uma ótima carreira pela frente... independente das dificuldades ;D

    ;*

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  2. O Rafael é um cara sensacional. Além de uma ótima pessoa, excelente guitarrista e professor mto dedicado. Tem um diferencial como músico q na verdade deveria ser requisito básico mas infelizmente poucos desse meio possuem: mente aberta. Além de um aguçado senso crítico. Sem dúvidas é
    um grande exemplo pra quem pretende ser músico.

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